AMBIENTE IMAGENS DISPERSAS 2017 #121 Ana Valente

AMBIENTE IMAGENS DISPERSAS 2017
13º Encontro de Fotografia Cidade de Ovar

Ana Valente
Sobre lobos e corços: histórias da conservação nas Serras da Freita, Arada e Montemuro

O lobo, desde sempre conhecido por “lobo mau” é uma das espécies mais carismáticas da nossa fauna. É também uma das mais vulneráveis. O seu estudo e monitorização, bem como das suas presas constitui um passo essencial e indispensável ao equilíbrio dos ecossistemas. As montanhas mágicas, como são conhecidas as Serras da Freita e da Arada, bem como a Serra de Montemuro albergam várias alcateias de lobo-ibérico. Alcateias, que por estarem numa situação delicada, dependem sobretudo do ser humano que lhes garanta um futuro a Sul do Rio Douro. O corço tem aqui um papel essencial, entrando em cena há pouco mais de 4 anos, trazendo esperança. É aqui que entra também a sensibilização ambiental e a progressiva mudança de mentalidades, que tem que vir obrigatoriamente aliada a uma mudança de gestão que possa garantir a co-existência da vida selvagem com o Homem.

Síntese Biográfica – Ana Valente

Ana Valente é mestre em Ecologia Aplicada pela Universidade de Aveiro, onde frequenta actualmente o programa doutoral em colaboração com a Universidad de Castilla-La Mancha, investigando populações ibéricas de veado e javali. O seu percurso académico teve início com um estudo mais abrangente sobre mamíferos, sobre o qual publicou um Atlas para identificação de mamíferos ibéricos através do pêlo. Durante o estágio e mestrado o seu trabalho focou-se em populações de veado e corço no Parque Natural de Montesinho, Bragança. Durante um ano trabalhou nas serras da Freita, Arada e Montemuro, sendo responsável pela monitorização em campo das populações de lobo-ibérico e corço. Actualmente colabora também num projecto relacionado com a sobreabundância e mitigação de danos de populações de ungulados selvagens em Espanha.

Motivação

A vida selvagem, por ser em grande parte desconhecida, por ser o que de mais puro existe na Natureza, por ser parte integrante do próprio ser humano desperta naturalmente muita curiosidade. Algumas pessoas levam essa curiosidade mais longe e tornam-se biólogos de vida selvagem. Entrando no mundo animal compreendemos que o nosso “mundo humano”, indissociável de tudo o resto, é apenas uma imitação do reino animal, no seu comportamento e natureza, percebemos também que é fundamental uma gestão que esteja disposta a gerir os recursos de forma responsável. Percebemos que somos essenciais para investigar, analisar, monitorizar, questionar, gerir e ajudar a gerir. Percebemos que o papel de um biólogo não se esgota no campo e que o seu contributo pode ir tão longe quanto as entidades gestoras o permitam. A vida selvagem é essencial e indispensável e os biólogos são peça fundamental no desvendar de um puzzle tão complexo como a Natureza. Peça a peça construímos um futuro mais diverso, mais equilibrado. É isso que nos move.

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